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Sindisep-RJ saúda o Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora!

Saudamos nossas companheiras, sempre e mais uma vez, em memória de tantas bruxas, operárias, indígenas, mulheres “queimadas” ao longo da história - assassinadas ou apagadas dos espaços de produção de conhecimento e liderança; em solidariedade às famílias de tantas vítimas da política desastrosa do atual Governo em face da pandemia de COVID-19; e honrando greves e lutas que nos precederam e garantiram nossos direitos à cidadania, a melhores condições de trabalho e tantas outras conquistas.


Evocamos seus sofrimentos, mas também seus poderes e coragem para seguir lutando por um mundo sem desigualdade de gênero, livre de feminicídio e de todas as formas de opressão produzidas pelo patriarcado e pelo capitalismo.


Sabemos que a caminhada é longa. Em 2019, cresceram os casos de feminicídio no Brasil1; durante a pandemia, vimos aumentar em todo o mundo a violência doméstica2 e a sobrecarga de trabalho enfrentada pelas mulheres, que são maioria nas tarefas de cuidado e na linha de frente da saúde no combate ao coronavírus. Ressalta-se que a Organização das Nações Unidas considera o aumento da violência um problema adicional de saúde pública mundial, uma “pandemia à sombra”3. Por fim, lembramos que, há séculos, seguimos testemunhando a manutenção das desigualdades no ambiente de trabalho,onde ainda recebemos salários menores e somos minoria nas posições de liderança, também no serviço público federal4.


No contexto atual do país, o projeto de Reforma Administrativa (PEC 32/2020) é uma das principais ameaças, ao ampliar a privatização e a consequente precarização dos serviços públicos, o que aumentará ainda mais as desigualdades, uma vez que toda redução de direitos afeta majoritariamente as mulheres (que são maioria nos trabalhos precarizados e, com frequência, enfrentam duplas e triplas jornadas de trabalho)5. As maiores prejudicadas neste cenário de tantos retrocessos são as mulheres negras e indígenas - mas elas seguem resistindo e construindo outros caminhos.


Inspiramo-nos, entre outras, na luta de tantas mulheres indígenas, algumas delas reconhecidas internacionalmente, ecoando vozes insurgentes no fatídico ano de 2020: Alessandra Korap Munduruku recebeu o Prêmio Robert F. Kennedy de Direitos Humanos e Sônia Guajajara o Prêmio Letelier-Moffitt de Direitos Humanos, em nome da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entidade que coordena6. Existem atualmente mais de 80 associações de mulheres indígenas em todas as regiões do país7, incluindo a recém-constituída Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) - fruto da Marcha Nacional das Mulheres Indígenas iniciada em 2019 -, que lança hoje seu manifesto8.


Nesse sentido, evocamos nossas colegas, trabalhadoras e trabalhadores, servidoras e servidores para fazer frente aos discursos e práticas de ódio e discriminação que seguem impunes e disseminados Brasil afora.


Mais do que nunca, acreditamos na importância de nos organizarmos coletivamente para fazer frente aos ataques a nossos direitos. Aproveitamos o dia de hoje para apresentar o novo núcleo de base do Museu do Índio, em composição coletiva e feminina, e para convidar as companheiras a juntarem-se à nossa luta em defesa dos direitos de servidoras/es, trabalhadoras/es e dos povos indígenas de todo o país, filiando-se ao Sindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Federais dos Municípios do Rio de Janeiro (Sindisep-RJ).


Sindisep-RJ e Comissão de Base do Museu do Índio




Fontes:

1 Feminicídio cresce no Brasil e explode em alguns estados (Folha de S. Paulo): https://cutt.ly/wzgDYf2

2 Mulheres sofrem em silêncio com violência doméstica durante a pandemia no Brasil (UOL): https://cutt.ly/FzgDf9W / Brasil teve 105 mil denúncias de violência contra mulher em 2020; pandemia é fator, diz Damares (G1): https://cutt.ly/pzgD2pM

3 Pandemia ameaça apagar uma geração de frágeis avanços das mulheres na luta por direitos no mundo (El País): https://cutt.ly/zzgFpCB

4 Desigualdade de gênero na remuneração persiste na burocracia federal brasileira (ANESP): https://cutt.ly/5zgFQKE

5 Reforma Administrativa terá maior impacto para servidoras (UFPB): https://cutt.ly/DzgF4ay

6 Lideranças indígenas recebem prêmios internacionais pela luta por direitos humanos (O Globo): https://cutt.ly/6zgGQut

7Organizações de Mulheres Indígenas no Brasil: resistência e protagonismo (Instituto Socioambiental): https://cutt.ly/pzgGBqZ

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