No último dia 2 de setembro o Museu Nacional foi consumido pelas chamas num espetáculo de verdadeiro horror. O episódio gerou enorme comoção no país e grande repercussão no exterior. As cenas das chamas destruindo milhares de anos de História chocou a todos. Fruto do descaso de sucessivos governos com a cultura do país a tragédia no Museu Nacional tem, na famigerada PEC dos gastos, sua sentença final.
O governo golpista e ilegítimo de Michel Temer congelou os gastos públicos por inacreditáveis 20 anos. Enquanto perdoa dívidas bilionárias de bancos como o Itaú e de setores do agronegócio, Temer submete a maior parte do país a penúria total.
Auxiliado pela grande mídia (em especial a rede Globo de televisão) o governo tentou culpar a direção da UFRJ pelo desastre ocorrido no Museu. É de um maucaratismo sem precedentes tentar culpar a direção da Universidade quando todos sabemos que há algum tempo essas instituições vem sofrendo com o estrangulamento de seus orçamentos. Para se ter uma ideia o orçamento do Museu Nacional que girava em torno de 400 mil foi reduzido para cerca de 50 mil reais. Devemos repudiar com veemência tal tentativa do governo golpista em transferir sua responsabilidade para a direção da UFRJ.
Para finalizar o circo de horrores, o Governo Federal baixou uma Medida Provisória transformando o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) em Abram (Agência Brasileira de Museus). Isso nada mais é do que uma privatização envergonhada da gestão dos museus brasileiros. A MP 850/18 é uma afronta a sociedade. A falta de transparência e de diálogo com as partes envolvidas é brutal. Nem mesmo o Sistema S a qual ficará subordinada a tal Agência foi consultado sobre a mudança.
Mas como o governo Temer não dá trégua aos trabalhadores, além da destruição do IBRAM, ele também promulgou outra medida provisória, a MP 851/18, que estabelece um mecanismo através do qual fundos privadores poderão gerir, controlar os serviços públicos e utiliza-los para finalidades outras que não o atendimento a população, consistindo em verdadeira privatização do serviço público federal.
Nós, Servidores Públicos Federais somos radicalmente contra a criação da Abram e a extinção do Ibram, bem como, contra a privatização do serviço público. Exigimos que o Governo Federal garanta o orçamento necessário para o funcionamento dos museus e espaços de cultura que pertencem ao povo brasileiro.
Vamos a luta!
Sindisep/RJ
Ato público em defesa dos Museus nos jardins do Palácio do Catete.
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