O Grito dos Excluídos 2025: “Cuidando da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”
- Sindisep/RJ
- 2 de set.
- 3 min de leitura

Dia 07 de setembro, a partir das 9 horas.
Local: Rua Uruguaiana, esquina com a Av Presidente Vargas.
Neste ano realizaremos mais uma vez, já são 31 anos de luta e resistência, o Grito dos Excluídos”. O tema deste ano se associa às questões climáticas culminando com a importante COP 30, principal reunião de líderes mundiais que estarão reunidos no Pará no mês de novembro.
A questão central que precisamos debater é justamente o porquê da necessidade de realizarmos anualmente o “grito”. Na formação da nação brasileira, a imensa massa da população sempre esteve na qualidade de excluída socialmente. A partir da invasão europeia no Brasil a partir de 1500 os povos indígenas tiveram suas terras tomadas pela empresa colonial portuguesa e seus corpos escravizados os assassinados (eram cerca de 10 milhões de habitantes e hoje não chegam a 2 milhões distribuídos em mais de 300 povos indígenas falantes de mais de 180 idiomas, dialetos e culturas próprias. Tão cruel quando o tratamento dispensados aos povos indígenas foi a vinda de 8 milhões de africanas/os trazidos para as américas na condição de escravizados. Foram a força de trabalho que produziu a riqueza do Brasil por 388 anos de triste história que não deve ser esquecida.
Após a abolição jurídica da escravidão negra em 1888, essa massa humana foi jogada à margem da sociedade “democrática/republicana” sofrendo até os dias de hoje um forte racismo estrutural e preconceito que exclui a população negra dos processos de cidadania.
Na esfera política/governamental, a estrutura de dominação brasileira replica as bases coloniais e dos tempos de império. Mantivemos o poder latifundiário e a produção para exportação de produtos primários (conhecidos na história como “ciclos” do pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro, café e atualmente soja e carne bovina). Novamente a produção da riqueza foi efetivada por camadas empobrecidas da população, sem direitos trabalhistas e sem direito ao uso da terra para a produção agrária familiar. Assim os “excluídos” do passado se mantêm presentes nos dias atuais.
Nós servidoras/es públicas/os nas três esferas (federal, estaduais e municipais) também sofremos forte carga de exclusão. Apesar de sermos vitais para a efetivação das atividades públicas que alcançam toda a população brasileira, a exemplo da Educação e Saúde, a mesma elite latifundiária, financeira e midiática atacam ferozmente os direitos da população e dos servidores públicos. A propaganda enganosa nos chamando de “marajás” ou de “privilegiados” não se mostra verdadeira. A gigantesca maioria de nós recebem salários reduzidos e com nossos direitos salariais e constitucionais negados permanentemente. Existem sim salários maiores mas são concentrados nos poderes judiciário e legislativo. Quem é funcionária/o dos poderes executivos (aquelas/es que atendem diretamente a população) sofrem diariamente para sobreviverem com alguma dignidade. Existem sim “privilegiados” no serviço público mas essas/es recebem “penduricalhos” que multiplicam os seus salários. As Forças Armadas (notadamente oficiais de alta patente) fazem parte de “elite” que a mídia oficial omite.
Se servidores públicos, com salários “garantidos” estão à beira da exclusão, o que falar da imensa massa da população que está desempregada, uberizada, pejotizada, terceirizada? Pra essa categoria de quem “vive do trabalho” a exclusão se mostra na sua face mais perversa. O capitalismo neoliberal que vivemos nos dias de hoje joga a culpa da exclusão sobre os ombros da própria pessoa na esfera individual e incentiva uma “competição” desproporcional entre essas pessoas, retirando todos os direitos trabalhistas do “empresário de si mesmo” e classificando quem não consegue manter o seu sustento próprio como “fracassadas/os” do sistema.
Em 31 anos de “Grito dos Excluídos” precisamos, mais uma vez, reafirmar nossa luta classista por um país e mundo melhor, com justiça social e distribuição da riqueza por todas/os que a produzem.
O Sindisep-RJ estará de novo nessa luta em momento de risco social com o fascismo tentando outro golpe de estado e o governo federal atual aliado, infelizmente, com as diretrizes neoliberais com a redução drástica de concursos públicos que garantem os serviços elementares para TODA a população e implementado a ampla terceirização de pessoas que não terão autonomia necessária para negar os mesquinhos interesses políticos de gestores “apadrinhados” ou eleitos.
Sindicato é pra lutar!
Sindicalize-se!








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