OCUPAR AS RUAS CONTRA O CENTRÃO E O BOLSONARISMO

Companheiras e companheiros:

O nosso sindicato esteve presente no ato realizado em Copacabana contra a PEC da Bandidagem, neste último domingo, dia 21 de outubro, com bandeiras e faixas conclamando a unidade na luta contra o fascismo. Juntos, milhares de trabalhadoras e trabalhadores disseram não aos planos do Centrão e do Bolsonarismo de criar mecanismos de impunidade à parlamentares e líderes partidários. Disseram não à Anistia à Bolsonaro e sua quadrilha de parentes, generais e empresários, afirmando que 1964 jamais se repetirá!

O ato, convocado ao longo da semana passada, cresceu, tomando as ruas e as redes. A grande imprensa repercutiu a mobilização e a pauta, afirmando que o foco do Congresso não deveria ser seus próprios interesses corporativos, mas os do país. A visão da grande mídia quanto aos “interesses” do país, obviamente, é diferente e entra em conflito com a nossa: eles querem reforma administrativa e privatizações, o que foi prometido por Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, em evento com banqueiros nesta segunda-feira (22/9) organizado pelo BTG Pactual; já nós, a classe trabalhadora que tudo produz, nós queremos a retomada de direitos sociais, a reversão das reformas liberais, a punição para os golpistas e, claro, barrar a reforma administrativa.

Também foram feitas comparações com os atos do Bolsonarismo, do 7 de setembro, que segundo a imprensa levaram ao Rio e São Paulo um número parecido de pessoas… comparação inadequada, pois o ato do fascismo foi construído ao longo de meses, com pesados investimentos de partidos, empresários e, claro, algumas igrejas. A construção dos atos contra a PEC da Bandidagem, impulsionada pelo movimento social organizado, ganhou força própria, rompendo a bolha dos algoritmos das redes sociais que beneficia a direita. Os atos foram realizados em todas as capitais do país e foram muito bem sucedidos, não pela presença de artistas, mas pela justeza de sua pauta e pela disposição de luta do povo.

Diferente do que foi dito em muitas emissoras, como a Globo, essa onda de atos não foi um caso isolado de mobilização popular de esquerda. A greve geral de 2017 mobilizou milhões de pessoas Brasil afora. Mais recentemente, em 2021, dezenas de milhares foram as ruas pelo impeachment de Bolsonaro, pauta que foi esvaziada por alguns setores do campo dito progressista, que preferiam “fazer Bolsonaro sangrar” eleitoralmente. Mas o recado das ruas é claro. Tendo uma pauta clara e unidade, a esquerda e o campo progressista são capazes de assumir o protagonismo nas ruas. Outras mobilizações se fazem necessárias para derrotar a direita e recuperar direitos sociais roubados do povo nos últimos anos.

Importante destacar que a voz das ruas fez o Congresso tremer. Deputados que defendiam até ontem a PEC da Bandidagem recuaram, se disseram enganados e que não votariam mais na medida. A voz das ruas também fez esvaziar a Anistia à Bolsonaro e sua quadrilha, pauta que parecia quase decidida na Câmara dos Deputados e que agora virou uma proposta de alteração na duração das penas dos golpistas, o que continua sendo inaceitável. 

Acreditamos que a presença da classe trabalhadora em grandes atos nas ruas pode conquistar muito mais do que só impedir o avanço do atraso. O povo pode obter conquistas e melhorias concretas na sua vida, como o fim da escala 6x1, a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, a reversão das reformas trabalhista e previdenciária. No serviço público, nossa tarefa é derrotar a reforma administrativa, o que só será possível com unidade na luta, superando divergências e pondo de lado projetos eleitoreiros.

Se só a luta muda o mundo, vamos lutar!

Sindisep-RJ

TODOS CONTRA O FASCISMO!